Capoeira Angola e Regional

Mestre Bimba

Capoeira Regional

A capoeira regional se origina com o Mestre Bimba, que para evitar o termo capoeira quando esta ainda era proibida, a denominou como “Luta Regional Baiana”. Mestre Bimba era um praticante de capoeira angola e desenvolveu o estilo regional, com golpes novos e movimentação mais rápida e alta. Acredita-se que esses golpes tenham sido inspirados em outras artes marciais, como o Batuque. Mestre Bimba é um dos capoeiristas mais importantes do Brasil, responsável por descriminalizar a capoeira e iniciar a difusão da prática como um esporte. Ele criou algumas regras de conduta e desenvolveu um método de ensino, de modo que a capoeira foi deixando de ser vista como uma prática de vadios ou malandros e foi se tornando uma prática de academias. Em 1932 Mestre Bimba fundou o Centro de Cultura Física e Luta Regional, mesmo ano em que o presidente Getúlio Vargas liberou diversas manifestações culturais que eram proibidas, especialmente as afro-brasileiras.

Mestre Pastinha

Capoeira Angola

a Capoeira Angola (História da Capoeira até chegar na denominação Capoeira Angola) Misto de luta, jogo e dança, a Capoeira Angola é uma expressão das antigas tradições da capoeiragem que se praticava no passado, em diferentes regiões do Brasil, mas em especial no recôncavo baiano e nas ruas e praças de Salvador-BA. Chamada pelxs antigxs de “jogo de Angola” (em referência à origem de seus precursores no Brasil, negros de origem africana), a Capoeira Angola passa a assim ser chamada a partir da primeira metade do século XX, marcando sua posição enquanto expressão cultural de matriz africana. Inúmeros são os seus ancestrais, antigos mestres transmissores destes saberes. De Besouro Mangangá a Cobrinha Verde, Waldemar, Traíra, Noronha, Totonho de Maré, Pastinha,[A1] são muitos os grandes mestres que dedicaram sua vida à prática, preservação e transmissão dos saberes dos antigos às gerações posteriores, mantendo viva a Capoeira enquanto expressão da ancestralidade afro-brasileira e da luta negra por libertação, igualdade e dignidade de sua cultura. Mestre Pastinha (5 de abril de 1889 –13 de novembro de 1981) Nascido em Salvador no fim do século XIX, Vicente Ferreira Pastinha, o Mestre Pastinha, é nosso grande expoente da Capoeira Angola. Tendo aprendido a Capoeira aos 10 anos de idade com um negro africano de nome Benedito, Mestre Pastinha dedicou sua vida à prática e ao ensino da Capoeira Angola, tendo, ao longo de sua vida, produzido um rico material artístico-filosófico (entre manuscritos, gravuras, pensamentos e entrevistas) através do qual compartilha sua visão enquanto capoeirista angoleiro e griô da cultura de matriz africana no Brasil. Em 1941, Mestre Pastinha inaugura o CECA (Centro Esportivo de Capoeira Angola), primeira “academia” dedicada à prática e ao ensino de Capoeira Angola, grande influenciadora da forma como hoje são organizados os grupos de Capoeira Angola (também chamados academias, escolas, associações, entre outros nomes). O uso de uniforme, a formação da bateria, o sistema de graduação (com treineis e contramestres) são alguns legados deixados por Mestre Pastinha no que tange à forma prática, enquanto o jogo, os fundamentos e a filosofia compõem o conteúdo da herança pastiniana. Deixamos aqui alguns pensamentos de Mestre Pastinha que refletem sua visão filosófica sobre a Capoeira Angola: “Angola, capoeira, mãe: Mandinga de escravo em ânsia de liberdade, seu princípio não tem método e seu fim é inconcebível ao mais sábio capoeirista.” “Capoeirista não é aquele que sabe movimentar o corpo, e sim aquele que se deixa movimentar pela alma.” “O Capoeirista é um curioso, tem mentalidade para muita coisa, sabendo aproveitar de tudo o que o ambiente lhe pode proporcionar. E a Capoeira Angola só pode ser ensinada sem forçar a naturalidade da pessoa. O negócio é aproveitar os gestos livres e próprios de cada um.” “Mas o que serve para a defesa também serve para o ataque. A Capoeira é tão agressiva quanto perigosa. Por causa de coisas de gente moça e pobre, tive algumas vezes a polícia em cima de mim. Barulho de rua, presepada. Quando tentavam me pegar, eu me lembrava do mestre Benedito e me defendia. Eles sabiam que eu jogava capoeira e queriam me desmoralizar na frente do povo. Por isso, bati alguma vez em polícia desabusado, mas por defesa de minha moral e do meu corpo.” “O que eu gosto de lembrar sempre é que a capoeira apareceu no Brasil como luta contra a escravidão. Nas músicas que ficaram até hoje se percebe isso. Entenda quem quiser, está tudo ai nesses versos o que a gente guardou daqueles tempos.”

A ASSOCIAÇÃO DE CAPOEIRA QUILOMBOS DE MINAS 
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